domingo, 13 de junho de 2010

Mulher espetaculosa

Eliane Giardini vibra com o sucesso de Nazira e se prepara para brilhar hoje na Sapucaí Animadíssima, Nazira (Eliane Giardini) se requebra na avenida enquanto Mohamed (Antônio Calloni) tenta tirá-la de cima de um carro alegórico. Puro delírio da solteirona inconformada de “O clone”, claro, e a única maneira de convencer sua intérprete a desfilar no Sambódromo. Esta noite, além de Eliane Giardini, Adriana Lessa, Juliana Paes, Victor Fasano, Letícia Sabatella, Mara Manzan, Roberto Bonfim, Raul Gazzola e Jandira Martini estarão na Marquês de Sapucaí gravando, sob o comando do diretor Jayme Monjardim, cenas para a novela da Rede Globo.— Gosto de assistir, mas sou tímida para desfilar. Só mesmo na pele da Nazira! — diz Eliane, que aproveitará para realizar o sonho da mãe, Wandir, de 70 anos, e a levará para o camarote.Estrear na passarela do samba será apenas mais uma das aventuras que Eliane tem vivido desde que começou a interpretar Nazira. A diversão, conta ela, tem sido garantida.— Às vezes, já estou dando um tom exagerado a Nazira e o Jayme (Monjardim) grita: “Mais!”. Refaço a cena e ele diz: “Mais, sobe na mesa, corre para o outro lado!”. E eu vou atrás! A Nazira é louca, pode tudo.Os “cacos” ajudam a tornar as cenas mais engraçadas. Foi o que aconteceu quando Mohamed e Nazira discutiram porque ela queria fazer ginástica com Miro (Raul Gazzola).— O Calloni é louco como eu, então a gente enlouquece junto. Ele disse: “O profeta permite que as mulheres façam ginástica, mas não com o seu Miro!”. E eu respondi: “Claro, o profeta não conhecia o seu Miro!”. Podemos botar “cacos” porque temos uma base excelente, que é o texto da Glória Perez.Os muçulmanos de “O clone” vão para a avenida por mero acaso. Tavinho (Victor Fasano) lhes dará carona e os convidará para ir para sua frisa. Sem saber o que é isso e com vergonha de admitir a ignorância, o grupo vai parar num camarote do Sambódromo, onde já estará o núcleo do subúrbio.A princípio, Eliane gravaria no camarote cenas que mostrariam Nazira toda espetaculosa, deslumbrada com tantos corpos à mostra. Mas o sucesso da personagem fez com que Glória Perez optasse por botá-la para sambar, fantasiada e tudo. Eliane não acredita que a seqüência possa ofender os muçulmanos:— A Nazira só imagina que desfila; eles vão entender que é tudo mera ficção.Solteiríssima, a atriz tem se dedicado inteiramente ao trabalho. Quando não está decorando o texto ou gravando, fica imaginando o que Nazira faria, que enfeites usaria.— Estou me sentindo como Mia Farrow em “A rosa púrpura do Cairo” — diz, referindo-se ao filme em que a protagonista ia ao cinema e acabava entrando no filme. — Parece que a ficção está mais interessante que a realidade. Ou, então, sou eu que estou vivendo mais tempo na ficção! Antes de começar a gravar, enquanto não tiram as araras de roupa da minha frente, vou experimentando tudo. Fico horas amarrando os lenços.Eliane não sabia que se divertiria tanto. Quando aceitou encarnar Nazira, temeu que o público tivesse raiva dela. Mas arriscou, apostando que a dose de humor da personagem compensaria seu azedume:— Não sei se teria auto-estima para agüentar 70% do Brasil me odiando. Felizmente, as pessoas sorriem ao me ver.Os homens vão além. “Não casa se não quiser”, “Tô na fila” e outras gracinhas a perseguem onde quer que ela vá.— Estou adorando, vou passar um ano ouvindo cantadas! — brinca a atriz.

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