domingo, 13 de junho de 2010

ELIANE GIARDINI

Eliane Giardini começou sua carreira aos 17 anos no filme O Salário da Morte, dirigido pelo tio de nome Linduarte Noronha, na Paraíba. Depois fez teatro amador em sua cidade Natal, Sorocaba (SP), até que ingressou na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, onde namorou com o colega de curso, Paulo Betti, com quem se casou. Consagrou-se na novela Renascer, da Rede Globo, com a personagem Dona Patroa e repetiu o sucesso em 1997, como a sedutora Santinha, em A Indomada, no mesmo ano em que recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado, pela atuação em O Amor Está no Ar. Depois de 25 anos de casamento, se separou do ator Paulo Betti e continuou fazendo sucesso, como em O Clone, quando foi agraciada pela APCA com o prêmio de Melhor Atriz do Ano, e na minissérie A Casa das Sete Mulheres, cujo desempenho como a Caetana lhe rendeu o troféu de Melhor Atriz de Teledramaturgia no Prêmio Qualidade Brasil 2003. Em 2005, na novela América, ela viveu mais uma personagem marcante: a Dona Neuta, uma viúva que despertava grandes paixões.

Frases.

''A beleza é o resultado de uma vida feliz. ''

''É a primeira vez que eu caso em novela. Sempre venho com a família pronta. Obs.: Acerca do casamento de Janete em 'Andando nas Nuvens' .''

''Outro dia estavam fazendo uma reportagem sobre filhas que usam as roupas das mães e descobriram que sou eu quem abuso do guarda-roupa delas.''

''Sofri muito por não fazer sucesso. Ser casada com alguém da mesma profissão que se dá superbem é horrível. ''

''Qualquer mãe acaba por ser condescendente com os seus filhos. Por mais que eles chorem, gritem ou se aborreçam, a mãe vai estar sempre ao lado deles, aconteça o que acontecer. Eu confesso que sou exageradamente uma supermãe!''

''Um pensamento muito disseminado nos meios intelectuais é que o mundo está perdido e que nada vale a pena. Esta é uma atitude paralisante e de repente nos surpreendemos em ver tanta gente envolvida em ajudar. Acho que a parte espiritual é a única solução para o mundo. À medida em que as pessoas descobrirem que tudo o que fazem ao próximo será para elas mesmas, o Planeta terá seu futuro garantido.''

''Detesto clima, detesto bico. Vou logo cutucar para ver o que há. O melhor é a gente dizer o que sente, em qualquer situação, entre mãe e filha, no trabalho, em tudo na vida.''

''Sempre que me chamam para um trabalho, morro de curiosidade para saber que imagem estão projetando de mim naquele momento.''

''Quando se descasa, deixa-se de ser a mãe para ser também a mulher solteira.''

''Paixão consome e acaba. O amor não; permanece.''

''Fui feia quando criança, nunca me achei bonita.''

''É desafiador, é claro que procurarei trabalhar nas razões para essa mulher ser tão má, e assim o trabalho fica mais humano. Ninguém é mau porque quer, não é mesmo. As vezes a vida destempera, e é isso que é bonito mostrar. Obs.: Acerca de seu personagem, Nazira, em 'O Clone'.''

''Não prefiro fazer novela, ou cinema, ou minissérie ou teatro. Gostoso é poder lidar com todas as linguagens, poder participar dos mais variados tipos de trabalhos, porque no final das contas, o mais importante é fazer um bom trabalho.''

''A primeira vez que fui a praia, me senti uma orca: branca e gorda.''

''Às vezes estou com 2 quilos a mais ou 3 a menos. Mas como não sou sex-symbol, está bom.''

''Uma vez briguei no supermercado por causa de um peixe. No final peguei o peixe e o coloquei dentro da bolsa da mulher com quem discutia.''

''Sempre fui muito certinha.''

''Descobri uma feminilidade que não imaginava ter.''

''Há alguns anos, o casamento era um fator de dependência para a mulher, que era quase um animal doméstico.''

''Na primeira novela que fiz, me apaixonei pelo galã.''

Eliane Giardini comenta com bom humor esse difícil convívio

Na maioria das vezes, os brasileiros têm uma relação de amor e ódio com suas sogras. Mas, na cultura indiana, esse convívio é ainda mais destacado. Em “Caminho das Índias”, Indira vive os dois lados desse conflito no mesmo ambiente familiar. Ela é sogra de Maya e Surya e, ao mesmo tempo, é nora da temida Laksmi. Indira é muitas vezes humilhada pela sogra, mas nem por isso trata as noras de uma forma melhor. Eliane Giardini diz que se diverte com essas trocas de farpas de um lado e de outro. A atriz também comenta o prazer de fazer parte do núcleo indiano da novela. Para ela, essa é uma experiência única, mas que a aproxima de suas raízes italianas. Confira o que Eliane contou na entrevista abaixo!

A sogra Eliane

“Eu não tenho noras, mas, se tivesse, não agiria da mesma maneira que a Indira. Essa tradição de que toda a família indiana tem que morar na mesma casa é o que mais agrava a relação de sogras e noras. Isso é pouco comum aqui no Brasil. Esse método pode até estreitar os laços familiares, mas também causa mais brechas para as intromissões alheias. A individualidade quase não conta. Na novela, esse convívio é um ponto a mais, para provocar a crise e dar um tom de comédia. Mas como a Indira ‘pegou’ para o público, acredito que o personagem tenha grande identificação aqui no país”.

Relação entre Laksmi e Indira
“Acho que não terá um alivio nessa relação. Pode ser que melhore um dia ou dois, mas rapidamente volta ao bom e velho padrão. Já está estabelecido que a relação entre nora e sogra na Índia seja assim. Acredito que seja algo bem característico daquele país”.

Como é interpretar uma indiana?
“Não acho que estou interpretando uma indiana. Meu papel é mais de mãe, sogra e esposa. A Indira tem muitas características parecidas com as minhas referências italianas”.

Expressões em híndi
“Muitas vezes eu me pego falando as expressões fora de cena. Na minha casa as pessoas falam até mais. Sempre gostam de brincar com essas expressões. Com tudo isso, adoro estar nesta novela. Gosto muito de estar no núcleo indiano, que é um barato total”.

Indianos x brasileiros
“A maior diferença entre brasileiros e indianos está no comportamento. Mas dentro do ambiente familiar, as coisas são bem parecidas nos dois povos”.

Eliane Giardini está apaixonada por Tarsila

Desde que começou a mergulhar no universo de Tarsila do Amaral, sua personagem em Um Só Coração, Eliane Giardini não pára de pensar na quantidade de histórias que poderiam ser escritas sobre a pintora. Na opinião da atriz, a vida de Tarsila preencheria, sozinha, "umas dez minisséries". "Ela tem uma luz própria impressionante", avalia Eliane.
Exageros à parte, o fato é que a atriz vai continuar na pele da pintora depois do final da minissérie, e numa história só para ela. A autora de Um Só Coração, Maria Adelaide Amaral, convidou Eliane para estrelar a nova temporada de Tarsila, espetáculo que chegou a ocupar os palcos paulistanos por um mês e meio, com Esther Góes no papel-título. "Quando ela me convidou para a minissérie, já me deu a peça para ler e achei fantástica", comemora Eliane, que deve estrear o trabalho em maio.
Em função de Tarsila, a atriz se aventurou pela primeira vez com telas, pincéis e tintas. E jura ter se saído bem. "A professora insistiu para que eu continuasse as aulas", conta, orgulhosa. Suas pretensões, no entanto, não vão além do desejo de apresentar um trabalho o mais completo possível. Ela faz questão de dizer que não precisa de dublê nas cenas em que aparece pintando. E lamenta que o público talvez não perceba que são dela os traços que aparecem rascunhados por Tarsila. Aliás, colegas de cena, como José Rubens Chachá, que interpreta Oswald de Andrade, são os primeiros a duvidar. "Outro dia, estava desenhando com carvão e ele veio me perguntar se eu estava cobrindo os traços já feitos por alguém", comenta, aos risos.
Quais são as principais particularidades de interpretar uma personagem histórica?As diferenças são enormes. Temos uma liberdade muito maior ao fazer personagens dos quais as pessoas não têm nenhum resíduo no imaginário. Ao interpretar uma personagem real, fico um pouco engessada. Ao mesmo tempo, não temos muitos registros da Tarsila, a não ser os auto-retratos e as fotografias, que são coisas estáticas. Então, não posso fazer um trabalho como gostaria, de me aproximar não só fisicamente, mas também do temperamento dela, do jeito de ser, de falar, de caminhar.
Quais foram suas principais preocupações para não "trair" a essência da personagem?
Ela tem uma personalidade muito rica e preciso fazer escolhas o tempo todo. Gostaria, por exemplo, de fazê-la um pouco mais sofisticada, mas isso comprometeria a naturalidade. Ela era extremamente educada, imagino que não falasse alto, que se sentasse bem, não se "jogasse" nos lugares. Ao mesmo tempo, acho que os modernistas quebraram um pouco com tudo isso, tinham uma cabeça muito aberta. Então tento mostrar os dois lados: era uma mulher criada numa sociedade patriarcal, educada para ser dona-de-casa, mas falava várias línguas, casou, separou, foi para a Europa...

Esta aparente contradição foi o que mais atraiu você na personagem?
O mais fantástico é que ela rompeu todos os padrões da época sem fazer barulho. Sempre fez tudo o que quis - casou duas vez, "amigou" outras duas, o último marido era um rapaz com mais de 20 anos a menos que ela... Tudo isso dentro da alta sociedade, que é o lugar mais cheio de preconceitos e limites. E ela nunca foi banida, muito pelo contrário, era extremamente bem-vinda onde estivesse.

Você tem alguma predileção por minisséries?
Na realidade, gosto muito da falta de definição dos personagens de novela. Gosto de brincar com isso, de saber que o personagem pode ir para qualquer lugar. Na minissérie, já conhecemos a trajetória do personagem do início ao fim, não dá muito para fugir daquilo, sobretudo no caso de personagens históricos. Ao mesmo tempo, tem um requinte de produção que é incrível.

Você gosta de se sentir responsável pelos rumos de seus personagens nas novelas?
É isso. Nas minisséries, a gente já pega os personagens resolvidos, para o bem ou para o mal. Já em novelas sempre é possível injetar uma energia. Costumo dizer que a gente nunca deve recusar um papel em novela. É como uma corrida de São Silvestre: colocam todo mundo lá e dão a largada. Quem tiver resistência, conseguir correr bem e não se esgotar, chega. Porque a história da heroína se esgota e o autor vai ter de ir para algum lugar. Então há sempre muitas possibilidades. A não ser que o autor desista de escrever para o artista. Aí é melhor pedir para sair.

Sorocabana Eliane Giardini aproveita a maturidade

A sorocabana Eliane Giardini (foto) brinca que sempre que recebe um convite de Glória Perez para atuar, aceita sem saber o que vai fazer. A intérprete da zelosa Indira de “Caminho das Índias” já soma seis trabalhos com a autora, quase todos com papéis de destaque. Por isso mesmo, não se incomodou com as supostas semelhanças entre o trabalho atual e a inesquecível Nazira, solteirona marroquina que interpretou em “O Clone”. Aos 56 anos, ela também atribui à maturidade a segurança que vem sentindo. “A experiência leva a gente à tranquilidade. Você passa muitas vezes pelo mesmo lugar, já sabe maneiras de se virar bem”, filosofa.

Eliane Giardini fala de sua bipolaridade artística

Não é de hoje que Eliane Giardini demonstra saber tirar proveito dos personagens exóticos - todas mulheres exageradas e de muita personalidade - que vive nas novelas de Glória Perez. A atriz, que se diz "uma pessoa básica" em seu cotidiano, é destaque agora em "Caminho das Índias" como a mãe passional capaz de deixar filhos, marido, sogra e noras em polvorosa com suas greves de fome e ameaças de ingestão de veneno. Indira é mais um dos tipos populares vividos por Eliane no horário nobre. Aos 56 anos, a atriz se diverte com tudo - até com as cenas em que se arrisca na dança indiana -, mas diz não abrir mão do que considera uma de suas marcas: transitar também por trabalhos mais requintados - e feitos de forma quase artesanal - como a microssérie "Capitu", sua empreitada anterior na TV, exibida no fim do ano passado. - Os meus trabalhos atendem a uma demanda interna que tenho. É uma bipolaridade artística. Gosto de fazer coisas sofisticadas na TV, mas me divirto e fico muito à vontade numa novela da Glória - garante Eliane, que já viveu memoráveis personagens da autora, como a cigana Lola de "Explode coração", a marroquina Nazira de "O clone" e a viúva Neuta de "América". - Trabalho de forma pendular. Tem momentos em que quero mesmo fazer uma novela das oito, popularíssima, vista por milhões. O que não impede a atriz, no exemplo recente de "Capitu", de se enfurnar num galpão do Centro do Rio, durante meses, para se dedicar a oficinas de corpo e voz da microssérie dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Na obra baseada em "Dom Casmurro", clássico de Machado de Assis, Eliane interpretou a controladora Dona Glória Santiago, mãe de Bentinho, e atuou ao lado de nomes ainda pouco conhecidos na TV.
- Sou uma pessoa muito básica na vida e gosto de fazer essas mulheres exageradas, que me levem para bem longe - completa. A capacidade de encarnar personagens tão distintos é reconhecida pelos amigos e companheiros de profissão. - Eliane é uma atriz que transita por onde tiver que transitar, que entra no universo de qualquer autor - constata a atriz Ana Beatriz Nogueira, também no ar em "Caminho das Índias", e amiga de Eliane desde que as duas atuaram juntas na peça "Memória da água", no começo desta década. - Ali ficamos amigas para sempre. Lembro até hoje de um ataque de riso que tivemos, na cena do funeral da mãe das personagens, quando troquei as bolas no texto - entrega a intérprete de Ilana na trama das 21h. - Eliane tem um senso de humor maravilhoso e é uma atriz que conhece muito bem o universo da Glória. Ela ajuda você em cena. Entro no set seguro quando sei que irei contracenar com ela - afirma Rodrigo Lombardi, que vive Raj, um dos filhos de Eliane na novela. Fã de seriados de ficção científica como "Lost" e "Fringe", Eliane Teresinha Giardini recebeu a Revista da TV em seu apartamento, em Ipanema, onde mora com a cadela Amora, da raça labrador. É lá que a atriz, inscrita agora num curso de ciências e física, recebe amigos e toma café da manhã todos os dias com as filhas Juliana, de 32 anos, e Mariana, de 28. - As duas estão casadas, mas cada uma mora em uma esquina perto aqui de casa. Temos uma relação leve, de parceria - conta a atriz, que agora está montando o curta-metragem "Filtro de papel", dirigido por ela e a filha caçula. Pai das filhas da atriz, com quem foi casado por mais de 20 anos, Paulo Betti começou a carreira junto com Eliane - os dois são de Sorocaba, no interior de São Paulo. - Fizemos teatro amador em Sorocaba. Além de muito bonita, Eliane sempre foi muito talentosa, tinha essa coisa de grande atriz desde o começo. Eliane é também uma mulher muito na dela, recatada, que não faz nada para agradar aos outros - conta Paulo. Apesar de ser completamente diferente de Indira, Eliane se inspira na própria família para interpretar a indiana. - Eu não penso que estou fazendo uma mãe indiana. Faço uma mãe como as da minha família, de origem italiana, que têm um sentido muito grande de tribo. Eu também cresci dessa forma - conta a atriz. - Indira é quase um ideal feminino. Tem três filhos homens, uma filha mais nova que é a cereja do bolo, uma sogra, mas ela também é sogra... - enumera.
A personagem é severa com a nora Surya (Cléo Pires), mas também amarga uma relação difícil com Laksmi (Laura Cardoso), mãe de seu marido Opash (Tony Ramos). Eliane, atualmente solteira, destaca a riqueza dessas relações familiares. - Na Índia existem até realities shows sobre noras e sogras. A mãe e a esposa são entidades muito fortes na vida de um homem. Cada uma quer marcar o seu território. Engraçado é que em "Capitu" também vivi isso - relaciona a atriz. Eliane adora gravar as movimentadas cenas da casa de Indira, fala do prazer de contracenar com os atores do seu núcleo, mas confessa que as sequencias da família dão um trabalho danado. - É um cenário beeem complicado, com muita gente e várias coisas acontecendo ao mesmo tempo. Ali só tem fera. É uma loucura - diz, enfatizando bem essa última palavra. Tony Ramos, que contracena com Eliane pela primeira vez, está admirado: - Pude descobrir de perto a grande atriz que ela é: consciente de sua profissão e de seu personagem - elogia o ator. Quem já viu Eliane em cena sabe que a atriz demonstra domínio sobre o que faz. Ela, porém, admite seguir mais a intuição ao interpretar mulheres tão distantes como uma indiana. - Eu não tenho muito a preocupação de composição de personagem para as novelas. Acho que ao longo dos anos você vai criando uma persona e as pessoas sabem onde você pode transitar ou não. Mas eu participei dos workshops da novela. Afinal, aquilo não é um baile à fantasia. Eu sei o que estou representando e precisei entender o fundamento de cada gesto. Tik, tik, concordariam os indianos da novela.

Eliane Giardini se orgulha do corpão que tem

A atriz Eliane Giardini, a Caetana da minissérie A Casa das Sete Mulheres, revela à revista Boa Forma , de janeiro, que muito se orgulha do corpão que tem. Com quase cinquenta anos, ela conta que sua receita é simples: além de atividade física, mantém uma alimentação regular e equilibrada, com direito a cinco refeições diárias , à base de fibras, carboidratos e proteínas.

Entrevista com os atores da peça Tarsila

1- Secretaria Estadual da Educação - Contem-nos como foram conduzidas suas trajetórias no teatro. Que experiências, que vivências lhes deixaram marcas e influências e os levaram a optar pelo caminho do teatro?

Eliane Giardini - Eu comecei a fazer teatro aos 18 anos. Teatro amador. Desde muito pequena me interessava vivamente por tudo que dizia respeito à interpretação. Tive tias muito dramáticas, que adoravam declamar poesias e me ensinavam. Tive uma amiga cujo pai fazia teatro amador, eu adorava assistir aos ensaios e, como era muito pequena, assistia da coxia. Aos 17 anos, um tio chamado Solha, escritor, resolveu fazer um longa-metragem na Paraíba, estado onde morava e mora até hoje. Ele veio a São Paulo alugar equipamento, câmeras, etc. e me levou com ele. Fiz o filme, que se chama O Salário da Morte e na volta, já em Sorocaba, comecei a fazer teatro amador. Um ano depois, prestei vestibular para a Escola de Arte Dramática em São Paulo.

2- SEE - O que é preciso para fazer teatro?

Eliane Giardini - Em primeiro lugar, talento. Essa coisa invisível, indefinível, mas imprescindível; depois, vem o cultivo: as leituras, informação, observação, interesse, esforço e, acima de tudo, a persistência.

3- SEE - Como vocês vêem a relação da escola com o teatro?

Eliane Giardini - Deveria ser infinitamente maior e melhor. Eu tenho uma experiência muito particular. Quando já fazia teatro profissional em São Paulo, atuava no grupo "O Pessoal do Victor". Esse grupo foi contratado pela Unicamp, para o estudo e posterior criação de uma escola de arte dramática. Inicialmente fizemos cursos abertos para todos os estudantes, para tentar chegar a algum lugar. Noventa por cento dos nossos alunos trancaram matrícula porque nunca tinham se perguntado realmente o que queriam fazer da vida, vinham numa conduta robótica, selecionando profissões baseadas num desempenho de mercado. Aquela pequena crise foi desencadeada pelo exercício do conhecimento de si mesmo, de investigação de valores pessoais.

4- SEE - De que maneira o trabalho com a dramaturgia pode ajudar professores e alunos na sala de aula?

Eliane Giardini - O forte do teatro sempre foi a reflexão. Todos os grandes temas, as grandes dúvidas, os grandes amores, e as pequenas misérias, são e serão seus temas. E nada mais libertador do que assistir a um drama semelhante. Saber que faz parte da natureza humana. Fora isso, é um excelente treino de conduta em conjunto. No teatro, a equipe é um antídoto contra o individualismo.

5- SEE - Vocês gostariam de sugerir aos professores algumas orientações básicas para o trabalho com teatro, na escola?


Eliane Giardini - Teatro amador em escolas foi o caminho luminoso que eu segui, a ponte que me levou a uma escola de teatro e, daí, à profissionalização.

6- SEE - O que representa, para o elenco, interpretar os pioneiros do movimento artístico modernista brasileiro?

Eliane Giardini - É apaixonante. Além de serem gigantes e revolucionários, colocaram o Brasil no mapa-múndi através da arte. Evocar essas personagens, contar suas histórias pessoais, além de nos aumentar como seres humanos e brasileiros, nos dá uma noção muito clara de nossa história recente. Ajuda a cultivar memória.

7- SEE - Gostaríamos que vocês comentassem sobre a atualidade dessa peça, bem como sobre a relevância de se encená-la atualmente.

Eliane Giardini - Acho que a resposta já está acima.

8- SEE - Comentem, por favor, sobre as alterações que o modernismo trouxe; como ele alterou o panorama da cultura de nosso país, tornando-se um complexo movimento de renovação cultural da arte no Brasil.


Eliane Giardini - A grande alteração que o movimento trouxe foi a valorização do que era brasileiro. Numa época totalmente "europeizada", os olhares e interesses foram convergidos para o que era despudoradamente brasileiro.

9- SEE - Oswald de Andrade, no Manisfesto da "Poesia Pau-Brasil", assim falou sobre o teatro: "Ágil o teatro, filho do saltimbanco, Ágil e ilógico. Ágil o romance, nascido da invenção. Ágil a poesia. A poesia Pau-brasil. Ágil e cândida. Como uma criança ". O que vocês podem comentar sobre isso?

Eliane Giardini - Traduz bastante o espírito do movimento, a alegria da desconstrução do que era pesado e inatingível como a arte européia. Tudo novo, tudo ainda por fazer, por inventar, por desobedecer.

10- SEE - O movimento modernista influenciou a arte dramática do ponto de vista de renovação estética?


Eliane Giardini - Claro, os tropicalistas resgataram o movimento modernista nos anos 60, com a montagem pelo teatro Oficina do Rei da Vela, de Oswald de Andrade, surgiram grupos como o Arena e o Oficina.

11- SEE - Há diferenças no processo de construção da personagem na televisão e no teatro? Quais?

Eliane Giardini - Não vejo diferença na construção. Todos meus personagens são trabalhados intelectualmente da mesma maneira. A forma de expressão é que muda. A televisão pede uma interpretação menor, mais natural, com pouca movimentação, favorecendo a captação da imagem. No teatro somos como peixes que foram tirados do aquário e jogados ao mar.

12- SEE - Eliane Giardini, qual a característica principal da personalidade de Tarsila que você apreendeu para compor a personagem?


Eliane Giardini - Tarsila foi abordada, no teatro e na minissérie, no público e no privado. No público fica sua altivez, sua elegância, sua alegria e leveza. No privado procurei sublinhar sua auto-estima elevada, sua generosidade e sua disposição para ser feliz.

Beleza


A atriz é uma boa fonte de conselhos quando o assunto é beleza. Ela é louca por doces, mas se controla em nome da boa forma.

Você é muito gulosa? Que tipo de culinária é a sua predileta?
Não diria que sou gulosa, mas gosto bastante de boa comida e não tenho culinária predileta. Gosto de tudo que é bom e bem feito.

Qual o prato que dá água na boca e faz você até se esquecer das calorias?
Sou louca por doces, mas tenho que me controlar. Às vezes, até como menos para não perder a sobremesa. Não cozinho nada.

Você já fez algum tipo de programa alimentar?
Meu programa alimentar é o do bom senso. Procuro comer tudo o que a gente sabe que é bom para a saúde e com moderação, assim não há nada proibido. Procuro também não jantar, mas não é sempre que se consegue.

Você treina? Que tipo de exercício faz para manter a forma? É acompanhada por um personal trainer?
Eu treino 4 vezes por semana com personal. Vario bastante para não ficar entediante. Faço massagens duas vezes por semana, variando também com drenagem linfática e aparelhos indermo.

Qual é o segredo para se manter sempre jovem?
Ainda não descobri. No meu caso treino a moderação, em tudo, no físico, na alimentação, no emocional e nas noitadas.

Como você se vê daqui a 20, 30 anos? Você tem medo de envelhecer?
Eu sou bastante otimista quanto ao futuro. São muitas as novidades e acredito que a velhice como a das nossas avós está cada vez mais distante. Eu sonho com uma vida longa, plena de saúde e lucidez. E trabalhando sempre, que é o que eu mais gosto de fazer.
Dizem que a melhor idade das mulheres é quando elas atingem os 40 anos.

Você se sentiu especialmente mais feminina depois dos 40? O que mudou?
O que eu sinto é que depois dos quarenta você vive uma nova adolescência, só que sem os problemas que costumam acompanhar essa fase, como insegurança vocacional, afetiva etc. É claro que você não tem mais aquela festa de hormônios da juventude, mas ganha em seletividade e segurança.

Em seus papéis na TV você passa sempre uma imagem equilibrada, sensata, muito segura de si. Você é pessoalmente assim?
Eu sou uma pessoa bastante racional e procuro manter o emocional sob controle. Acho que há uma defasagem entre esses dois mundos e um se beneficia bastante do outro, se houver uma boa medida. O emocional quase sempre é uma criança cheia de vontades, impulsiva, preguiçosa e pouca afeita aos limites. Eu procuro manter minha mente no controle, acho que até agora tem funcionado a contento.

Na idade da razão

Eliane Giardini, a Neuta de “América”, conta como se diverte no núcleo country da novela.

Enquanto dá entrevista no confortável apartamento onde mora, com vista da Praia de Ipanema, Zona Sul do Rio, Eliane Giardini presta atenção a tudo. Ao mesmo tempo em que toma o café da manhã, ela fala sobre a trajetória da sua viúva Neuta em “América”. Ao ver as filhas Mariana e Juliana saindo sem comer nada, encarna o típico papel de mãe e mostra-se preocupada. De perto, Eliane é o retrato da mulher brasileira que se modernizou com o passar dos anos. Cuida de casa, de si, dos filhos, trabalha fora e é bem-sucedida no que faz. Talvez por isso tenha tanto carisma junto ao público. A atriz atravessou a fronteira do tempo e fez da maturidade uma aliada de suas conquistas. “Existe o tempo cronológico, mas também o tempo de cada um, de cada coisa. Estou na idade em que tudo é permitido”, avalia Eliane, aos 51 anos.
Ao desfilar sua cobiçadíssima Neuta na tevê, Eliane acabou atraindo os olhares dos editores da Playboy, que a convidaram para posar nua. A atriz declinou da proposta, mas não deixou de sentir-se envaidecida. “O elogio já está feito. Não preciso fazer um ensaio para isso”, justifica Eliane, que ainda encontrou um motivo mais nobre para festejar o convite. “Todas as mulheres que estão na minha idade estão meio incluídas. É a prova de que essa faixa não exclui possibilidades”, teoriza.
Eliane pode estar certa. Afinal, ela própria só começou a despertar a atenção de produtores de elenco, autores, diretores e do público em 1993, quando conseguiu reverter um papel pequeno numa grande atuação na novela “Renascer”, na qual era a Dona Patroa. Na época, dizia para si mesma que, se não conseguisse legitimar seu talento na tevê, sairia de cena. Aos 40 anos, era conhecida apenas como a mulher do ator Paulo Betti - de quem se separou em 1997. “Eu achava que aos 40 já tinha que estar estabelecida. Mas foi um medo infundado”, admite.
Depois disso, a atriz não parou mais de aparecer na telinha. Só com Glória Perez, já são cinco novelas. Fato que a incentivou a topar o papel da viúva mais poderosa de Boiadeiros, fictícia cidade retratada na trama das oito da Globo. “Novela toma dez meses do nosso ano. Com todas as coisas que podem acontecer, a gente quer ter um pouco de segurança”, argumenta. A atriz conheceu Neuta logo depois de “O Clone”, na qual viveu a divertida Nazira. Numa viagem com Glória e Jayme Monjardim a Miami, Eliane teve um breve panorama do papel. “As mulheres da minha família são bem Neutas. Muito donas do pedaço, controladoras, fortes. Muito mais do que os homens”, descreve a atriz, que nasceu em Sorocaba, no seio de uma tradicional “famiglia” italiana.
Se Eliane já conhecia bem o universo da personagem, pouco sabia sobre os rodeios. “Nunca tinha visto um na vida. Mas o interior já estava no meu banco de dados. É bom porque não preciso controlar sotaque, trejeitos”, observa. É com o mesmo jeito franco e firme de Neuta falar, que ela discorre sobre o momento da personagem. E espera para os próximos capítulos cenas importantes com Bruno Gagliasso, que interpreta Júnior, o filho homossexual da fazendeira. “Acho que essa história pode trazer leveza para ela. Não sei como vai reagir ao descobrir que ele é gay, mas de repente isso faça a cabeça dela e passe a ser a glória”, especula a atriz, às gargalhadas.
É justamente por trazer reflexões à tona que Eliane goste tanto da personagem. “Às vezes, uma pessoa tem um problema e se tranca. Ao ver aquilo na novela, percebe que não está sozinho no barco, é quase uma libertação. Para mim a televisão em esse papel”, acredita a atriz, que troca experiências com Bruno so]bre a relação de mãe e filho que vivem na ficção. “Fiquei muito tocada com o talento dele. É interessado, atento e receptivo”, elogia o colega de cena, que também foi seu filho em “A Casa das Sete Mulheres”. A troca não acontece apenas com Bruno. Como participa de um núcleo jovem, Eliane se diverte bastante nas gravações das cenas ao lado de suas sobrinhas “marias breteiras”. “Pode perguntar qual é o estúdio mais animado da novela. Gravar com essa turma é uma delícia”, garante a atriz. E que ninguém duvide.

2002

ELIANE GIARDINI, atriz, 49 anos.

Plástica na barriga, lipoaspiração na barriga e na cintura, tratamento nos dentes – R$ 33 mil
Manutenção (por ano): ginástica com personal trainer e cremes – R$ 10 mil
São minoria aqueles que nascem com os dotes naturais da beleza física. A maioria aprende a valorizar as potencialidades e, com o tempo, vai retocando os pontos fracos. Em condições normais, as pessoas têm mais tempo e dinheiro a partir dos 35 anos, com os filhos criados e a situação financeira estabilizada. Aos 39, a atriz Eliane Giardini resolveu que era hora de cuidar da imagem. Havia feito uma plástica após o nascimento das duas filhas, mas não tinha sido suficiente. Então casada com o ator Paulo Betti, partiu para um tratamento com medicina ortomolecular, entrou numa dieta rigorosa e adotou a malhação. Depois de perder 11 quilos, fez lipoaspiração para tirar as gordurinhas localizadas na cintura e na barriga. Mais bonita, foi ganhando papéis de maior importância na TV. Separou-se e, pouco depois, gastou o equivalente a um carro em um tratamento ortodôntico radical. “Foi uma verdadeira arquitetura no meu sorriso”, reconhece. Atualmente, Eliane não se considera bonita, mas se sente inteira às vésperas de completar 50 anos. “Hoje em dia, não há mulher feia. Tudo é uma questão de recursos e bom senso.”

Entrevista de 2003

Nome completo: Eliane Teresinha Giardini
Aniversário: 20 de outubro
Signo: Libra
Onde nasceu: Sorocaba, interior de São Paulo
Como cuida do corpo: Faço ginástica e como em horários regulares. Evito carboidratos à noite e bebo água o dia inteiro.
O que faz para relaxar: Na verdade, não tenho muitos motivos para me estressar. Tenho uma situação de vida confortável e evito aborrecer-me. Quando estou cansada, tomo um banho e me deito. É uma sensação muito boa.
O que não falta na geladeira: Água de coco, iogurte e frutas.
Livro: 'Grande sertão: veredas', de João Guimarães Rosa.
Religião: Não tenho uma. Tenho muitas. Sou super interessada no assunto e vivo estudando. Da minha formação católica restou pouco e hoje em dia só aproveito o que cada uma tem que nos ensina a ter uma qualidade de vida melhor.
Parte do seu corpo que você mais gosta: Os olhos
Parte do corpo masculino de que mais gosta: O cérebro (risos). Já namorei homens horríveis que eu achava deslumbrantes. Um lindo pode desmoronar se não tiver inteligência.
Lugar para uma viagem romântica: Quando se está apaixonada, qualquer lugar. Veneza pode ser um fracasso se você estiver mal acompanhada.
Um drink para tomar a dois: Não sou uma mulher de drinks (risos). Para beber com alguém prefiro um vinho.
Já recebeu cantada de mulher? Já, algumas poucas. Mas sempre algo discreto. Nada ostensivo.
O melhor em ser solteira: Estou num momento bem prazeroso e curtindo estar solteira. Para eu namorar agora, tem que ser alguém que acrescente. Não estou a fim de fazer concessões. Estou adorando esta liberdade extrema de fazer o que quiser.
O pior em ser solteira: Às vezes a cama fica grande demais, né (risos)? Às vezes dá vontade de sentar num banco de pracinha ao lado de alguém legal.
Um ídolo: Não tenho um ídolo mas há pessoas que fazem a minha cabeça, como o dramaturgo Peter Brook, por exemplo. E admiro o Leonardo Boff e o Luís Fernando Verissimo.
Trabalho inesquecível: 'Renascer' foi um marco. Foi meu primeiro trabalho com o Luiz Fernando Carvalho, que eu adoro e foi com ele que fiquei mais conhecida, o que foi bom para meu trabalho.

Profissões comuns marcam passado de atores famosos

Engraxate e bancário foram atividades de gente famosa
...Já Eliane Giardini se lembra mais das suas primeiras semanas como telefonista. Ela atendia às solicitações de telegrama fonado nacional ou internacional em uma agência dos Correios. Eliane não sabia muito bem inglês e por diversas vezes, não entendia o que as pessoas falavam ao telefone. Ela, então, tinha de pedir para os clientes soletrarem as palavras. Mesmo assim, isso ainda não era suficiente. "Depois do expediente, eu passava meia hora trancada no banheiro com um dicionário, corrigindo os telegramas", confessa...
O ex-marido de Eliane, Paulo Betti, também começou sua vida profissional em outra atividade. Ele trabalhou durante três anos como bancário. Paulo confessa que não gostava muito do que fazia, pois considerava muito burocrático. "A gente passava o ano inteiro tentando fechar o caixa para, no final, jogar tudo pela janela", brinca, referindo-se à tradicional chuva de papel picado que ocorre nos centros financeiros no último dia útil do ano. Outro que trabalhou em banco foi Malvino Salvador, o "estourado" Tobias, de "Cabocla", que passou um ano sendo caixa...

''Traição não destrói uma relação''

Depois de um casamento de 22 anos e um affair com um homem 18 anos mais jovem, a atriz não poderia estar mais resolvida quanto a futuros relacionamentos. E ela conta tudo pra gente...

Esses olhos verdes estão sem dono. Possessivos, burros e mal-humorados, não batam na porta da atriz Eliane Giardini, 54 anos. Ah, ela mora em Ipanema e sua filha mais jovem, Mariana, 26, está prestes a sair de casa. Mas a Pérola de Eterna Magia diz que a lua cheia não a faz subir pelas paredes. Está sozinha, não é de ficar - gosta de afeto na relação - e, atualmente, sexo não é fundamental em sua vida. Príncipe encantado? Só nas lembranças da adolescência. Essa cabeça Eliana adquiriu depois de experiências como uma longa e estável relação de 22 anos com o ator Paulo Betti, 54 - que conheceu aos 17 anos, foi o seu primeiro namorado e com quem tem duas filhas, Juliana, 30, e Mariana. Depois de se separar, em 1996, ela ainda teve um romance de um ano com o ator Ernani Jr., 35, 18 anos mais jovem que Eliane. "Me lembro com carinho desta época. Foi um desbunde total, uma loucura. Mas passou", assegura, com bom humor. Essa bagagem lhe garantiu uma visão "quase" aberta sobre a traição, por exemplo. Pular a cerca? Tudo bem, desde que o sujeito seja discreto. Em sua vida, somente um arrependimento: ter feito dois abortos.
Confira, a seguir, um papo franco com Eliane.

Algumas mulheres de 50 anos dizem que não se trocariam por duas de 25... Pensa assim também?
Eu me trocaria por duas de 25, mas com a minha cabeça de hoje (risos). Eu sofria muito na época em que tinha 25. A vida ficou mais leve com o tempo. A adolescência é quase uma tragédia, que vira drama e depois comédia (risos). É um inferno ter de decidir tudo: o homem da sua vida, a profissão, quem você é, o que quer e tudo ao mesmo tempo. Agora não preciso provar nada para ninguém. Nem para mim mesma.


Está solteira e não sente falta de alguém?
Juliana saiu de casa no início do ano e Mariana também deve, em breve, ir morar a duas quadras daqui (Ipanema, Rio de Janeiro). Talvez, quando ficar realmente sozinha, eu sinta necessidade de ter alguém. Mas continua acreditando no casamento... Acredito no homem e na mulher juntos. Sempre. Mas hoje não moraria na mesma casa. Cada um tem sua história, sua individualidade. De repente, amanhã me apaixono por um homem e desfaço tudo o que estou dizendo agora (risos).

O que destrói uma relação?
A falta de respeito. Quando isso acontece, a relação está condenada. E a intimidade acaba levando um pouco a isso, né? Tem de ser muito hábil para morar junto.

E traição?
Não destrói uma relação. E traição é um termo muito mal colocado. Seria ridículo você imaginar que vai ficar 20 anos casada com uma pessoa e que nunca vai se apaixonar por mais ninguém, nem sentir atração. É um absurdo. A gente jura amor eterno, exige isso do outro e não pode se permitir sentir isso também! Não sou a favor de um casamento aberto. Não toleraria saber e nem ver meu parceiro com olhar de desejo por outra. Mas o que ele faz da vida dele não me diz respeito, sinceramente. Que o cara seja elegante, não me deixe perceber e não faça disso um ponto de competição, como muitos casais fazem. Só isso.

Você lida tranqüilamente com um relacionamento dito "casual"?
Eu não sou de ficar. Todas as histórias que vivi e vivo têm muito afeto. Não sou de sair por aí: "Ai, lua cheia... estou subindo pelas paredes". Não tem isso comigo. Já ouvi muitas mulheres dizendo que ficam loucas, desesperadas para dar uma saidinha. Eu não sou assim.

O sexo, então, não é fundamental na sua vida?
Atualmente, não. Só quando ele vem acompanhando de uma boa dose de amor, de paixão ou de, no mínimo, uma grande afinidade. Ainda sonha com o amor ideal? Não sonho. Mas tem certo tipo de homem que não tem a menor chance comigo. Homem burro, por exemplo (risos). Para mim o cara nem precisa ser bonito...

...Já disse que um dos grandes arrependimentos da sua vida foi ter feito dois abortos.
Não penso nisso com muita freqüência, mas acho que poderia ter tido mais filhos. Se a gente pudesse reviver alguns momentos, esse com certeza eu corrigiria. Mas não me sinto culpada porque naquele momento era o que eu achava que deveria ser feito.

Os homens mais novos têm uma atração especial por você?
Tenho mais facilidade em namorar pessoas mais jovens do que mais velhas. Talvez pelo fato de os homens da minha idade se ligarem em mulheres mais novas.

Você prefere os mais jovens?

Prefiro pessoas da minha idade ou mais. Gosto de me sentir uma menininha com um cara mais velho. É gostoso ser a menina da parada (risos).

Paulo Betti e Eliane Giardini prestigiam estréia de documentário no Rio


Ele foi com as filhas assistir ao documentário "Sete Dias em Burkina"Paulo Betti foi com as filhas, Mariana e Juliana, assistir ao documentário "Sete Dias em Burkina", na Casa da Gávea, Zona Sul do Rio, neste domingo, 26.
Além do ator, Eliane Giardini também foi conferir o filme, dirigo por Márcio Werneck e Carlinhos Antunes.

Eliane Giardini prestigia filha em espetáculo carioca

Eliane Giardini mostrou que é uma mãe presente e, na noite de sexta-feira (20), prestigiou o espetáculo teatral estrelado pela filha Mariana, fruto de seu relacionamento com o também ator Paulo Betti.
A peça, espécie de formatura para os alunos do curso de teatro CAL, um dos mais respeitados do Brasil, aconteceu no Teatro Glauce Rocha, no centro do Rio de Janeiro.
Eliane levou a avó, Wandir Giardini e a irmã, Juliana Giardini, e mostrou-se emocionada com a performance da filha.

Eliane Giardini comemora aniversário em estréia teatral da filha

Mariana bem que tentou seguir uma carreira diferente da de seus pais. Cursou a faculdade de História, se formou e quando começou a buscar um lugar no mercado de trabalho, sentiu seu coração fraquejar. Não era aquela a sua vocação. Não teve como fugir e decidiu fazer um curso de teatro. Na noite do dia 20 de outubro, Mariana Betti, filha de Paulo Betti e Eliane Giardini, atuou em sua peça de formatura, na turma de alunos da Cal, renomado curso de teatro no Rio de Janeiro. “Meus pais sempre ficaram tranqüilos e me deixaram escolher o caminho. Essa profissão é muito difícil. Pretendo formar um grupo de teatro”, conta Mariana à reportagem de OFuxico. Eliane, que comemorou seu aniversário naquele dia, era a imagem da felicidade. A atriz completou 54 anos. “Que presentão! Essa é uma bela comemoração! Gosto de ver uma turma se formando, nos dá vigor, energia. Eles que tenham força! Não é fácil”, diz Eliane. A filha mais velha da atriz, Juliana, e a mãe de Eliane, Wandir, também assistiram ao espetáculo Don Juan Profissão Ator, de Moliére, no Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio. “Era inevitável que Mariana seguisse esse rumo. Fomos criadas nesse universo”, conta Juliana, que apesar de ter se formado em Geografia, investe na música. Por estar viajando, Paulo Betti não esteve na estréia da filha.

Mulher espetaculosa

Eliane Giardini vibra com o sucesso de Nazira e se prepara para brilhar hoje na Sapucaí Animadíssima, Nazira (Eliane Giardini) se requebra na avenida enquanto Mohamed (Antônio Calloni) tenta tirá-la de cima de um carro alegórico. Puro delírio da solteirona inconformada de “O clone”, claro, e a única maneira de convencer sua intérprete a desfilar no Sambódromo. Esta noite, além de Eliane Giardini, Adriana Lessa, Juliana Paes, Victor Fasano, Letícia Sabatella, Mara Manzan, Roberto Bonfim, Raul Gazzola e Jandira Martini estarão na Marquês de Sapucaí gravando, sob o comando do diretor Jayme Monjardim, cenas para a novela da Rede Globo.— Gosto de assistir, mas sou tímida para desfilar. Só mesmo na pele da Nazira! — diz Eliane, que aproveitará para realizar o sonho da mãe, Wandir, de 70 anos, e a levará para o camarote.Estrear na passarela do samba será apenas mais uma das aventuras que Eliane tem vivido desde que começou a interpretar Nazira. A diversão, conta ela, tem sido garantida.— Às vezes, já estou dando um tom exagerado a Nazira e o Jayme (Monjardim) grita: “Mais!”. Refaço a cena e ele diz: “Mais, sobe na mesa, corre para o outro lado!”. E eu vou atrás! A Nazira é louca, pode tudo.Os “cacos” ajudam a tornar as cenas mais engraçadas. Foi o que aconteceu quando Mohamed e Nazira discutiram porque ela queria fazer ginástica com Miro (Raul Gazzola).— O Calloni é louco como eu, então a gente enlouquece junto. Ele disse: “O profeta permite que as mulheres façam ginástica, mas não com o seu Miro!”. E eu respondi: “Claro, o profeta não conhecia o seu Miro!”. Podemos botar “cacos” porque temos uma base excelente, que é o texto da Glória Perez.Os muçulmanos de “O clone” vão para a avenida por mero acaso. Tavinho (Victor Fasano) lhes dará carona e os convidará para ir para sua frisa. Sem saber o que é isso e com vergonha de admitir a ignorância, o grupo vai parar num camarote do Sambódromo, onde já estará o núcleo do subúrbio.A princípio, Eliane gravaria no camarote cenas que mostrariam Nazira toda espetaculosa, deslumbrada com tantos corpos à mostra. Mas o sucesso da personagem fez com que Glória Perez optasse por botá-la para sambar, fantasiada e tudo. Eliane não acredita que a seqüência possa ofender os muçulmanos:— A Nazira só imagina que desfila; eles vão entender que é tudo mera ficção.Solteiríssima, a atriz tem se dedicado inteiramente ao trabalho. Quando não está decorando o texto ou gravando, fica imaginando o que Nazira faria, que enfeites usaria.— Estou me sentindo como Mia Farrow em “A rosa púrpura do Cairo” — diz, referindo-se ao filme em que a protagonista ia ao cinema e acabava entrando no filme. — Parece que a ficção está mais interessante que a realidade. Ou, então, sou eu que estou vivendo mais tempo na ficção! Antes de começar a gravar, enquanto não tiram as araras de roupa da minha frente, vou experimentando tudo. Fico horas amarrando os lenços.Eliane não sabia que se divertiria tanto. Quando aceitou encarnar Nazira, temeu que o público tivesse raiva dela. Mas arriscou, apostando que a dose de humor da personagem compensaria seu azedume:— Não sei se teria auto-estima para agüentar 70% do Brasil me odiando. Felizmente, as pessoas sorriem ao me ver.Os homens vão além. “Não casa se não quiser”, “Tô na fila” e outras gracinhas a perseguem onde quer que ela vá.— Estou adorando, vou passar um ano ouvindo cantadas! — brinca a atriz.

Eliane Giardini almoça com amigo em restaurante carioca



Eliane Giardini foi fotografada no Rio em um programa que seria quase impossível meses atrás, durante as gravações da novela América: almoço com um amigo em plena tarde de terça-feira (22).
A atriz chegou pouco antes das 12h30 no restaurante Celeiro, no Leblon, bairro da zona Sul carioca. Acompanhada de um amigo, ela passou cerca de uma hora e meia no local.

Eliane Giardini na caminhada contra o câncer

Eliane Giardini, a Nazira de O Clone, participou na manhã deste domingo da caminhada contra O Câncer de Mama, realizada no Ibirapuera, em São Paulo. Dalton Vigh e Daniela Scobar, também do elenco, passaram por lá e deram sua contribuição ao evento. O irreverente marcos Mion marcou presença vestido de mulher. Encarnou a personagem Shirley Raio-lazer. Engrossaram o time das celebridades Sula Miranda, Fernanda Keller, Mara Carvalho e a prefeita de São Paulo, Martha Suplicy.

"Não acredito em bruxas", diz Eliane Giardini



Depois de uma longa temporada de papéis fortes, porém cômicos, Eliane Giardini sentiu vontade de mudar de ares. E conseguiu. Agora, como a misteriosa Pérola de Eterna Magia, a atriz experimenta usar seus conhecimentos de pesquisas sobre Física Quântica, Filosofia e Psicologia para se adaptar ao clima místico da trama. "Não acredito em bruxas, mas sempre fui muito curiosa sobre o que existe por trás das coisas visíveis", conta.

Emplacando um personagem de destaque atrás do outro desde que ganhou visibilidade como a Dona Patroa, de Renascer, em 1992, Eliane pretende se aventurar em outra área assim que tiver coragem: a de produção em tevê. Contratada da Globo até 2010, a atriz já planeja produzir e dirigir algo voltado para a tevê a cabo, aproveitando o mercado em expansão. "A televisão está seguindo esses rumos. No teatro, produzi 99% das peças que fiz, acho que posso gostar de fazer isso na tevê também. Se bobear, fico só nessa onda depois", prevê. Leia a seguir a entrevista com a atriz.

Você começou na Globo interpretando papéis dramáticos, depois enveredou pela comédia e recentemente disse que já estava na hora de mudar de ares. Conseguiu isso com a Pérola de Eterna Magia?
Acho que a gente opera em um movimento de pêndulo. Quando isso se completa, quer o oposto do que está se acostumando a fazer. Passei por uma fase longa de papéis muito temperamentais e engraçados. Foi das mais divertidas da minha vida, com trabalhos como a Nazira, de O Clone, e a Neuta, de América, além de outras mulheres fortes. Mas chega uma hora que a gente precisa procurar um outro lado. O grande problema dos artistas é que a televisão não é um veículo que possa correr muitos riscos. As pessoas sabem mais ou menos qual é o seu perfil e enquadra você nisso. Minha intenção é expandir cada vez mais essas possibilidades porque é vantajoso para a carreira. Por tudo isso acho que a Pérola entra bem nessa meta, já que é uma mulher delicada, culta, amedrontada e com esse atrativo da magia. Ela está sempre cercada de pessoas temperamentais, mas tenta amenizar a situação. É um personagem que escapa do estilo dos meus últimos, vai para uma floresta desconhecida.

Para você, qual seria o seu perfil como atriz?
Eu mesma ainda não consegui definir. O que eu sei é que exercitei bastante essa coisa meio italiana do cinema dos anos 50, meio Anna Magnani, aquelas coisas mais dramáticas que, de tão tristes, se tornam comédias na outra ponta do trabalho. Acho que isso me define. Quando as pessoas que me conhecem vêem personagens espalhafatosos, intensos nesse aspecto do drama, pensam em mim. Mas já fiz trabalhos diferentes também, principalmente nas minisséries. Uma das coisas que contaram para que eu recebesse o convite para Eterna Magia foi meu trabalho em Um Só Coração.

Por quê?
O Carlos Manga pensou em mim porque fez comigo a minissérie. Eu interpretava a Tarsila, que era muito próxima da Pérola. Tinha essas características de mulher culta e refinada. A Pérola, na cabeça dele, seria meio que uma espécie de prima da Tarsila. Eu não planejava voltar às novelas tão cedo. Emendei América com Cobras & Lagartos e estava mesmo disposta a investir no teatro. Mas tenho um carinho enorme pelo Manga e foi ele mesmo quem ligou. Disse que seriam poucos atores, ficou falando sobre a magia, as gravações na Irlanda, que seria com a Malu Mader e a Irene Ravache, enfim... Acabei entusiasmada com o conjunto.

Você já se interessava por esses temas místicos antes de se preparar para a novela?
Filosofia e Psicologia me atraem bastante, então posso dizer que sempre fui muito curiosa sobre o que existe por trás das coisas visíveis. Não acredito em bruxas, mas entendo que a gente não sabe tudo sobre o universo. É difícil explicar certas coisas na vida. Vejo pela minha trajetória mesmo. Fiquei dez anos tentando me sobressair na tevê sem conseguir e de repente atingi um patamar legal na carreira, mesmo começando tarde. Em que momento eu mudei? Não sei o que aconteceu. De repente foquei no problema muito tempo, mas não sei. Existem coisas por trás das coisas. Isso me instiga.

Você tem mágoas dessa época em que corria atrás e não conseguia ter visibilidade na tevê?
Teve uma época da minha vida em que isso foi muito forte, mas passou. Até os 40 anos não conseguia fazer um bom trabalho em tevê. Tinha a síndrome da mulher invisível, fazia coisas que não tinham nenhum destaque. Minha primeira personagem na Globo não foi em Renascer, mas em Desejo. Depois fiz ainda Felicidade. Adoro Física Quântica e outro dia estava lendo que todas as coisas que a gente já pensou em toda a vida, em algum lugar, algum plano do universo, têm matéria. Aí fiquei pensando na loucura que é isso e me imaginei acordando um dia e vendo que ainda estou tentando até hoje, sem ter conseguido emplacar um sucesso na tevê. É engraçado porque essa era uma grande meta e até hoje levo esses sustos, tenho medo de ter me enganado.

E hoje, quais são suas metas?
Minha cabeça viaja muito na vontade de começar a contar as histórias, produzir um pouco. Tenho um desejo imenso, mas falta coragem. Não saberia nem por onde começar. Acho que esse é o rumo que a tevê segue atualmente, com várias produções independentes. Tenho planos de abrir uma produtora e experimentar. Não agora, talvez daqui a uns cinco anos. Pode ser até que eu faça, goste e não saia mais desse meio. Depois que você começa a conduzir seus próprios trabalhos, tudo muda. Você fica dono da situação e isso é muito gostoso. No teatro já tenho isso, posso dizer que 99% das peças que participei foram produzidas por mim. Fora isso, tem alguns papéis que gostaria de fazer, mas ainda não rolaram.

Que tipos de papéis?

Uma grande vilã, por exemplo. Fiz Vida Roubada, no SBT, e interpretava uma garota que era muito má. Ela estudava em um colégio interno durante anos e, de repente, colocava a amiga de escanteio e voltava para a casa dessa menina, se fazendo passar por ela, porque a família era rica. Era cruel mesmo, ela matava gente queimada, era uma loucura. A gente brincava muito. As coisas quando ficam exageradas acabam perdendo o ponto, se tornando engraçadas demais. Mas nunca mais fiz uma grande vilã na tevê. Em compensação, tenho vários papéis de peso na carreira, como a Dona Patroa, de Renascer. Foi ali que a fase boa começou.

Na época, já estava previsto na sinopse aquele destaque da personagem?
Houve uma empatia muito grande do público. Não lembro direito da sinopse, mas toda a reviravolta na vida dela foi muito precipitada por isso e pela boa relação que consegui ter com o autor e com o diretor. Foi um trabalho muito feliz, uma novela abençoada. E o Benedito gostou de mim assim que viu as primeiras cenas. E a gente sabe que quando o autor gosta do que o ator está fazendo, tudo muda. Agradeço muito ao Luiz Fernando Carvalho pela escalação. Fiz Helena, na Manchete, com ele e a Denise Saraceni. Ela me convidou depois para Desejo e Felicidade, e ele, para Renascer. Acabou que o par romântico com o turco Rachid, do saudoso Luís Carlos Arutin, fez um baita sucesso e a novela ficou muito bem no Ibope.

A audiência de Eterna Magia não vem mantendo a média esperada para o horário. Isso preocupa você?
É lógico que a gente espera sucesso em todos os trabalhos, mas não vejo só dessa forma. Acho que esse conceito de audiência tem que ser modificado, porque hoje em dia existem várias opções e as emissoras pagas estão crescendo. Nunca mais vamos ver os resultados que Roque Santeiro e Vale Tudo tiveram, por exemplo. Além disso, as novelas costumam se encerrar com uma média maior que a dos primeiros capítulos. Eterna Magia está só começando, muita coisa ainda vai acontecer e essa situação deve melhorar.

Mulher moderna


Eliane Giardini sabe que, aos 54 anos, é uma das atrizes mais sensuais de sua geração, mas não encara isso como uma vantagem. Para ela, a explicação de toda essa vitalidade está no histórico das mulheres desde sua juventude até hoje. "Minha geração aos 18 anos fez uma revolução, uma quebra de valores. Acho natural que cheguem à maturidade trazendo benefícios também", opina, referindo-se ao prolongamento da vida afetiva feminina nos dias de hoje.
Mesmo depois de viver Eva em Cobras & Lagartos e agora, com a Pérola de Eterna Magia, Eliane conta que ainda colhe os frutos da novela América, quando interpretou a viúva Neuta. Na época, a atriz recebeu mensagens e foi abordada nas ruas por mulheres que torciam pela relação amorosa entre sua personagem e o peão mais novo Dinho, vivido por Murilo Rosa. "As mulheres se identificam comigo porque enxergam a vontade de se cuidar e de viver não só em meus trabalhos, mas em mim também", conclui.

Fora de casa


Segundo Eliane, uma das coisas que mais favoreceram a preparação de sua personagem foi a viagem a Dublin, na Irlanda. Para a atriz, o clima e ambiente propício se aliaram ao fato de toda a equipe estar longe de casa, focando apenas no trabalho. Tanto que, quando se aventurar em seu projeto de produzir algo para a tevê, pretende usar a mesma estratégia, se conseguir capital. "Essa é a melhor forma de se formar uma equipe. Não dá para fazer o trabalho e voltar correndo para casa, a entrega é muito maior", analisa Eliane, que ficou dez dias gravando na cidade as cenas dos primeiros capítulos de Eterna Magia.

Amor de garotos

Casais formados por mulheres maduras e homens bem mais jovens do que elas vivem estranheza social e alegrias domésticas
No caso de Eliane Giardini e Ernane Júnior, a vida a dois surpreende quem se acostumou a modelos convencionais. Em matéria de sexo, por exemplo, ele se sente em vantagem apesar de ter vivido tão menos tempo. É que Eliane foi casada durante 20 anos. "Ela teve muito menos parceiros do que eu", compara, sem tom de autoelogio. Eliane, por sua vez, também tem muito a "ensinar" ao jovem companheiro. Ernane estudava geologia quando se decidiu pelo meio artístico, e era ainda um bebê quando Eliane já havia começado na profissão. "É como se eu desse um curso intensivo para ele, porque já tenho 20 anos de carreira profissional", diz.
O truque prático da felicidade de Eliane e Ernane é não esquentar a cabeça com o futuro. "Nossos planos são no máximo para daqui a dois anos", desconversa Ernane. Em nenhum momento ele se sente assumindo o papel de filho da namorada, mas reconhece que todo homem espelha a mãe em sua mulher, independentemente da idade que ela possa ter. Ele admite que gosta das atitudes maternais de Eliane, como a de enxugar a pia do banheiro, que ele deixa toda molhada. Ou ainda a de sempre fechar a cortina do quarto para evitar que a luz do sol os desperte de manhã. "Quando viajamos é sempre ela quem faz a mala."

Vícios

Eliane Giardini tem um vício. Não é bebida, jogo ou cigarro. É o vício da leitura principalmente de jornais. A atriz não consegue passar longe dos jornais um dia sequer. E sofre para, quando viaja em turnê, encontar seu jornal perferido.
O ritual de leitura da atriz começa lgo após o café da manhã. Antigamente, ela costumava ler até três jornais pela manhã, mas chegou à conclusão de que era demais. E diminui para dois. Ao abrir o jornal, Eliane vai direto para o caderno de cultura, para saber o que acontece no meio teatral, cinematográfico, etc.
Depois vai lendo-o de trás para frente até chegar às notícias políticas. Os jornais do final de semana, que trazem os cadernos de literatura, são seus preferidos.
No apartamento que divide com as filhas no Rio de Janeiro, Eliane às vezes precisa disputar os jornais "a tapas", porque todas puxaram o hábito da mãe. Mas depois que leem, tudo é notícia velha e vai direto para o lixo.

Comemoração


No ar em “Tempos modernos” como Hélia, Eliane Giardini está comemorando uma vitória no cinema e — melhor de tudo — em família. O curta que ela e a filha Mariana Betti (na foto com ela) dirigiram juntas, “Filtro de papel”, foi selecionado para o LABRFF, The Los Angeles Brazilian Film Festival.
- Foi nossa primeira experiência em direção e estamos super felizes. A única atriz do filme é, orgulhosamente, a Camilla Amado - conta Eliane. Detalhe: a foto da dupla que ilustra esta página é de outra filha de Eliane, Juliana.

Eliane Giardini se mantém calma mesmo com a baixa audiência de ''Tempos Modernos''



Rio - Ao contrário de Hélia, sua personagem em ‘Tempos Modernos’, Eliane Giardini se mantém calma em momentos tensos. Mesmo com a baixa audiência da novela, com média de 25 pontos, a atriz não se abala, mas confessa ter sofrido com alguns papéis. Com o atual, no entanto, tira onda por suas cenas de amor com o Antonio Fagundes.

O DIA — O Antonio Fagundes é um eterno galã. Suas amigas sentem inveja ou comentam sobre o fato de você ter muitas cenas românticas com ele?

Eliane Giardini — Muitas mulheres, não só amigas, até gente que eu não conheço, na academia e lugares em que vou, dizem: ‘Beija por mim’. Até falei para ele, outro dia, que me sinto um coletivo cada vez que faço uma cena de amor. Tem um milhão de mulheres atrás de mim beijando junto.

— O Leal dispensou a Hélia depois de beijar a Iolanda (Malu Galli). A Hélia vai lutar pelo amor dele?

— Acho que ela vai se recolher. Acho que o fato de ela ter sido traída pelo Leal e não ter contado antes que o Zeca (Thiago Rodrigues) era filho dele vão colidir, ela vai ficar quieta no canto dela. Com essa história da Iolanda, ela vai amargar uma via crúcis. Ela sabe que vai perdê-lo, mas que ele vai ficar bem. É um ato de correção por ela nunca ter contado. Uma novela é sempre uma tentativa de correção dos personagens, sempre está em cima de coisas graves que alguém não teve coragem de encarar, em cima de mistérios não revelados. Acho que agora é o momento de abrir os baús. Espero muito que Hélia tenha um final feliz, ela é do bem.

— Suas personagens interferem na sua vida?

— As personagens angustiam a gente sim, e alegram também. Não há como separar, mas é uma coisa que dá para administrar tranquilamente. Enquanto você passa o dia inteiro gravando cenas dolorosas, é impossível não sentir uma ressaca. Assim como fazer um personagem alto-astral, também contamina.

— Por causa da audiência abaixo do esperado, ‘Tempos Modernos’ tem passado por mudanças. Vocês do elenco são pressionados por isso?

— Essas coisas são marola para mim, se vai bem ou se não vai. Eu amava fazer ‘Eterna Magia’, me sentia em Hollywood, e foi uma novela que não foi bem. Tem muitos ingredientes, as coisas não são exatamente assim. Não sou de matar uma novela no coração porque não vai bem.

— O que você gosta de assistir na TV? Gosta de se ver atuando?

— Assisto bem pouco TV, mas acompanho todas as novelas que estão no ar. Quando estou em casa, me assisto. A gente vê mais os problemas do que as coisas boas, porque a gente se conhece muito. Gosto de ver para fazer correções. Sou bem rigorosa com meu trabalho.

— A fama te atrapalha?

— Não badalo quase nada. Não estou na mídia por esse canal, sou meio desencanada, viu? Ando tranquila sem maquiagem na rua. Mas tem uma coisa chata aqui com esse negócio de praia. Moro em Ipanema e não gosto de frequentar a praia por causa disso. E não é só por causa dos paparazzi, tem muitas pessoas que ficam de olho, não gosto não, prefiro ir à piscina.

Amor na maturidade


Solteira, a atriz que mora sozinha na Barra da Tijuca fala sobre relacionamentos modernos e se diverte com os beijos em Antonio Fagundes na novela da Globo.

Ela está rindo muito. As mulheres também, e dando corda. ''Todas pedem para eu beijar o Fagundes por elas!'', diverte-se Eliane Giardini, 57 anos, feliz com seu papel em Tempos Modernos, como par do galã. ''Acho muito original na TV dar espaço a uma história de amor verdadeira, romântica, de duas pessoas maduras, como é o caso do meu personagem com o do Fagundes. Fiquei muito feliz por terem apostado nesse amor maduro'', completa. A atriz afirma ter uma história de vida e profissional que podem ser descritas como ''invertidas''.

Começou tarde na profissão e teve filhas antes de mergulhar numa atividade que agora lhe toma todo o tempo. ''A maioria dos atores na minha idade tem 40 anos de carreira, eu tenho 18. Tive o melhor dos mundos: uma vida intensa com minhas filhas, em que pude acompanhar o crescimento delas, e consegui chegar junto. E na profissão ainda sinto o gostinho de novidade. Eu não me ressinto de nada'', explica ela, citando as filhas, a cantora Juliana, 33, e a assistente de direção Mariana, 30, frutos do casamento de 23 anos com o ator Paulo Betti, 57.


Congelar o cérebro?



Embora Hélia, sua personagem, tenha uma relação intensa na trama da Globo, Eliane não assina embaixo desse tipo de amor. Ela garante que não faz o estilo romântica. Pelo contrário, luta contra o amor idealizado e as paixões arrebatadoras. Foram descobertas depois da longa relação com Betti que trouxeram para a atriz novas relações e a independência financeira. ''Vivemos uma época marcada por relações de afeto, de companheirismo, de carinho. Hoje ficamos com uma pessoa e, se a relação não está mais dando certo, saímos dela. Nada mais é obrigatório'', explica.

Sua experiência é usada como exemplo do mal que a paixão faz, apesar do ''barato inacreditável''. ''Os orientais combatem muito a paixão porque ela congela o cérebro, não nos deixa pensar. Estou descobrindo que existem coisas que também me levam a um estado de muito prazer, seja num estudo ou em alguma outra coisa que eu goste muito de fazer, que me dá esse êxtase. Não dá para jogar tudo em cima de um parceiro, fica pesado demais'', analisa.

História forte




Mas que fique bem claro: Eliane não está fechada para balanço - e apesar de separada desde 1997, continua usando como referência de relacionamento o que teve com Betti. ''Sei que tive uma história muito forte com o Paulo, um casamento lindo, que me trouxe duas filhas maravilhosas. Tenho nele um grande amigo. Essa história de casamento e filhos eu já tive a minha. Não descarto essa possibilidade, só que hoje acredito que a melhor relação é cada um em sua casa, porque o cotidiano é difícil, ter de dividir é complicado. Tenho as minhas filhas, as minhas manias, o meu espaço. Na minha idade, com os exemplos que eu tenho tido de algumas relações, acho ótimo o companheirismo, o namoro etc. Mas cada um em sua casa. Ainda não senti a necessidade de me mudar para a casa de ninguém nem de essa pessoa se mudar para a minha.''


Livros companheiros



Ela adora ficar mergulhada em livros, estudar, principalmente se os temas forem relacionados à psicanálise e à filosofia. É um mundo particular do qual não abre mão. ''Eu gosto da solidão, pois adoro ficar só com meus livros, estudando no silêncio. Acho delicioso fazer meus cursos, saber que existem outros universos, preciso me alimentar de outras fontes, isso me faz bem e é uma das coisas que me mantém com espírito jovem'', diz. Nesse processo também entram as aulas de cabala do mestre Mario Meir, que Eliane frequenta há cinco anos, e, mais recentemente, as aulas de física quântica com o professor Luiz Alberto Oliveira, na Casa do Saber. ''Eu saio completamente do meu meio. Sento numa cadeirinha e escuto o meu mestre falar. A minha cabeça e o meu coração ficam levitando...'', afirma.


Cegueira



O espírito jovem serve para dar conselhos às filhas, ''os bem clichês'', segundo Eliane. ''Eu falo: 'Não deem tanta importância assim, isso não vai fazer tanta diferença daqui a dez anos''', ela conta e cai na gargalhada. ''A idade traz ganhos. Quando jovens, precisamos dessa cegueira de achar que as coisas são muito urgentes. Isso faz parte da idade, até para aprendermos a ter mais força. Depois ficamos mais reflexivos, perdemos um pouco na ação, mas ganhamos na sabedoria'', completa.



Os 60 anos estão chegando com serenidade para a atriz. ''É claro que eu adoraria ter o corpo rígido que eu tinha aos 20 e com a cabeça que eu tenho hoje (risos). Isso é outro clichê, mas é óbvio! Não faço reposição hormonal. É desconfortável, os sintomas físicos são bem chatos. Infelizmente a idade traz perdas, mas temos os ganhos. A qualidade de vida é maior hoje em dia'', diz.



Perto das filhas




Uma mudança que Eliane fez foi sair de sua casa na Barra e ir para Ipanema. Por quê? Para ficar mais próxima das filhas, companheiras de todas as horas. Juliana e Mariana se casaram e deixaram a casa da mãe, mas o momento delicado está sendo tratado com cuidado. ''Elas moram a um quarteirão da minha casa. Gostamos de estar perto uma da outra, tanto que deixei minha casa para vir para cá. Eu preciso desse contato. É muito claro que estamos num processo de transição, elas indo para as casas delas, eu ficando sozinha... Mas tomamos café da manhã juntas, elas vão trabalhar, eu vou para lá também... Elas têm os cantos delas, mas, nos momentos críticos dos relacionamentos, correm para a minha casa (risos). Nossa relação é muito intensa!''. Eliane dirigiu seu primeiro curta-metragem, Filtro de Papel (2009) e teve Mariana como assistente de direção - o curta foi selecionado para o Los Angeles Brazilian Film Festival este ano.

sábado, 12 de junho de 2010

Paulo Betti e Eliane Giardini falam do reencontro em Tempos Modernos

Ex-marido e mulher na vida real, atores vivem romance na novela.

Paulo Betti acaba de entrar na trama deTempos Modernos para dar um trato no coração sofrido da Hélia, personagem de Eliane Giardini. Ex-marido e mulher na vida real - eles foram casados por 25 anos - os atores adoraram esse reencontro nos bastidores.

"No primeiro dia de gravação, tivemos que dançar. Aí, fiquei pensando que a gente já tinha dançado um tango há muitos anos na escola de Artes Dramáticas. Foi muito fácil. Teve um entendimento que estava lá e não se perdeu", analisou o ator.

"Estamos sempre juntos. Temos uma relação extremamente bem sucedida de companheiros de vida, embora não sejamos mais marido e mulher. Temos duas filhas e teremos netos", completou a atriz.

A madura sensualidade de Eliane Giardini

A atriz, que se tornou símbolo sexual depois dos 40, abre sua casa e faz surpreendentes revelações. Diz até que hoje, aos 49 anos, com duas filhas adultas, toparia ser mãe mais uma vez.

Aos 49 anos, a atriz Eliane Giardini é um vulcão de sensualidade. Mas por pouco o público não perdeu o brilho daqueles olhos verdes. Sem convites de trabalho e prestes a completar 40 anos, quase desistiu da TV nos anos 80. "Pensei: 'Passou o bonde, não rolou nada comigo. Vou empacotar meus sonhos'", lembra. O sucesso do marido na época – o ator Paulo Betti, 49, com quem foi casada por 25 anos –, agravou a crise. "Tive um sentimento forte de injustiça", diz ela, que tem apenas um arrependimento dessa fase. "Se soubesse que aos 40 as portas não estariam fechadas, não teria feito dois abortos." Em 1992, finalmente, Eliane estourou na novela Renascer. Hoje, como a solteirona Nazira, de O clone, prova que mesmo coberta poderia levar muitos homens do outro lado da telinha a cometerem "haram" (pecado). "Acho que até se interpretasse uma freira a faria libidinosa."

QUEM – Para criar a Nazira você conversou com as mulheres do Marrocos?
Eliane Giardini – Muito. Para a mulher ocidental é extremamente difícil entendê-las. Mas tudo tem dois lados. As muçulmanas são muito amparadas. Elas me falaram: "Vocês acham que privilegiam o amor, têm liberdade, trabalham fora. Mas se casam, se divorciam, têm dois empregos para sustentar os filhos porque marido nenhum tem obrigação de nada na sua terra. Vocês ocidentais é que estão pagando um preço altíssimo por essa emancipação."

QUEM – O que acha disso?
EG – Ainda prefiro ser uma mulher ocidental. Mas temos de respeitá-las. Gostam de viver cobertas e falam que nós é que somos usadas, que nossa bunda serve para vender de carro a sabonete. Afirmam que seus homens ficam com elas pelo caráter e não pela aparência física. Dá para pensar qual é nossa liberdade se temos de ter juventude eterna porque, se não, valemos menos.

QUEM – Você virou símbolo sexual aos 40 anos, fazendo Dona Patroa, da novela Renascer.

EG – Não é mérito só meu. É da minha geração, que descobriu que depois dos filhos criados ainda tinha muita vida pela frente. Com os filhos saindo de casa, vivemos uma segunda adolescência. Retomamos o que deixamos de fazer aos 20 para criar uma família.

QUEM – Você foi casada com Paulo Betti durante 25 anos (de 1972 a 1997) . Ele fez sucesso na TV primeiro. Isso a incomodou?
EG – Em 82, ele foi chamado para fazer uma novela na Globo, que sempre dá mais visibilidade. De 82 a 86, fiz novelas na Bandeirantes, no SBT e na Manchete. Mas minha carreira tinha pouca repercussão. Em 89, fui para a Globo, fazer a minissérie Desejo. Mas só em 92 fiquei conhecida em Renascer.

QUEM – Mas o sucesso dele a incomodou?
EG – De 82 a 90 foram oito anos de descompasso na nossa vida. Nossas carreiras sempre foram de muito equilíbrio. Em Sorocaba, fizemos teatro amador, sempre éramos premiados. Éramos o casal 20. De repente, ele arrebenta na TV e fica famoso nacionalmente. Foi muito difícil porque a competição é inevitável na vida do casal. Ainda mais quando trabalham na mesma área, começaram juntos e têm carreiras tão equilibradas. Tive um sentimento forte de injustiça.

QUEM – Então sentiu ciúme dele?
EG – Não é bem isso. Mas me perguntava por que não estava acontecendo comigo também. Ao mesmo tempo, via o quanto ele trabalhava e que eu podia estar em casa com minhas filhas (Juliana, 25 anos, e Mariana, 21). Mas o tempo estava passando, eu estava perto dos 40 e nada. Tive uma crise existencial.

QUEM – Tem algum arrependimento?

EG – Interrompi duas gestações porque já tinha minhas filhas e não queria mais. Até pensava em ter uma família maior, mas tinha de estar pronta para os trabalhos e não podia me desviar da carreira e ficar grávida.

QUEM – Isso ainda a incomoda?
EG – Se soubesse que aos 40 as portas não estariam fechadas, não teria feito os abortos. Mas me perdôo por isso. Naquele momento, seria mais feliz trabalhando.

QUEM – Como suas filhas encararam a separação?

EG – É sempre doloroso. Desmontamos uma história confortável para todos. Mas as coisas não acontecem de repente.

QUEM – Você saiu da casa onde o Paulo mora hoje com a atual mulher, a atriz Maria Ribeiro.
EG – Para mim era indiferente. Terminei a obra naquela casa e me separei logo depois. Para mim, ir para outro lugar e construir tudo de novo era estimulante. Vendo o meu temperamento e o dele, sair era mais fácil para mim.

QUEM – Logo depois você namorou o ator Ernani Jr., 26 anos mais jovem.

EG – Aconteceu. Sempre me apaixonei por homens da minha idade. Ele foi um caso à parte.

QUEM – Foi bom ficar com homem mais novo?
EG – Estava numa fase muito para fora, curtindo a vida. Eu e minhas filhas íamos com os namorados à praia e ficávamos vendo os três surfarem. Morria de rir. Não gosto de Carnaval e, quando vi, estava em cima de um trio elétrico com ele, em Salvador. Foi bárbaro, tenho o maior carinho por esse período.

QUEM – Está sozinha agora?
EG – Estou. Depois do Ernani tive uma grande paixão que ainda não terminou. Fiquei o ano passado inteiro com uma pessoa que não mora no Brasil. Os obstáculos eram enormes. Talvez o amor não fosse tão grande da parte dele. Para mim, a prioridade das prioridades é amar e ter um grande amor.

QUEM – Você tem um lado maternal forte. Pensa em ter mais filhos?

EG – Se casasse com um homem que não tivesse filhos e quisesse ser pai, teria, sim. Tenho uma vontade enorme de ter crianças em casa. Mas queria que fossem meus netos.

Eliane Giardini compartilha seus segredos de beleza na maturidade

Aos 57 anos, atriz desfila corpo e rosto livres de procedimentos estéticos.

Na vida de Eliane Giardini, maturidade rima com sucesso. Para começo de conversa, foi só aos 40 anos que a atriz emplacou na TV, ao interpretar a Dona Patroa de Renascer (1993). Agora, aos 57, conquistou sua primeira protagonista, a Hélia de Tempos Modernos.

– Atualmente, me sinto bem mais leve, em todos os sentidos – afirma a atriz, que só vem recebendo elogios, tanto por sua interpretação quanto pela beleza e pela boa forma. – Sou vaidosa, é claro. E é muito mais bacana quando ser bonita vem como consequência de uma qualidade de vida.

Ao contrário de muitas atrizes de sua geração, que chegam a perder a expressão facial por cometerem exageros em nome da estética, Eliane encara o envelhecimento com tranquilidade e bom humor:

– Faz parte do processo. A outra opção é morrer, né? Rugas não me incomodam. Até agora, está tudo sob controle.

Equilíbrio, sempre

“Sou muito atenta a alimentação, exercícios, tomar bastante água, comer fibras e frutas. E olha que adoro comer! Sou de família italiana, amo doces e frituras. Então, tenho que tomar um supercuidado para não exagerar e manter uma vida balanceada. Pelo menos em cinco dias da semana, como corretamente para que eu possa sair da linha de vez em quando, sem culpa”.

Dieta sem glúten


“Estão dizendo que eu emagreci cinco quilos para fazer a Hélia, não foi bem assim. O que aconteceu é que, ainda durante Caminho das Índias, fiz um tratamento com uma nutricionista e ela tirou uma série de coisas da minha alimentação, entre elas o glúten. Isso fez com que eu desse uma boa secada. Mas foi por mim, e não pela personagem”.

Sem líquido

“Há alguns bons anos, cortei o líquido na hora das refeições principais. Foi difícil, me viciei a comer bebendo. Mas quando é um jantar especial, abro exceção para um bom vinho”.

Peso mantido

“A vida inteira pesei rigorosamente a mesma coisa, em torno de 56, 57kg. Quando atinjo os 58kg, já soa o alarme. Quando se está magra, naturalmente tudo parece melhor, você fica sempre mais elegante. Por isso, além de controlar a alimentação, procuro sempre praticar uma atividade física. Ano passado, fiz pilates; este ano, voltei para a musculação. Estou com pouquíssimo tempo disponível, e é ótimo para dar um resultado mais rápido. Faço três vezes por semana”.

Cachos assumidos


“Não faço grandes esforços para cuidar do cabelo. Ele já é ondulado mesmo, melhor não tentar mudar. Uso bons xampus, bons leave ins, faço hidratação. Já usei um corte mais curto, em América, mas gosto do comprimento atual”.

Sorriso marcante

“Falam muito do meu sorriso. Com certeza, bom humor torna a pessoa mais bonita. Eu também me sinto muito mais atraída por gente sorridente, altoastral. É fundamental não se levar tão a sério nessa vida”.

Paixão por inteiro

“Minha relação com o meu corpo é a melhor possível. Nunca dependi de bumbum durinho para conquistar alguém. A vida inteira, as pessoas com as quais me relacionei se apaixonaram por mim por inteiro, acredito”.

Companhia não é tudo

“A mulher não precisa estar acompanhada para se sentir bonita, inteira. Eu não tenho esse problema, graças a Deus! Estar amando é ótimo, mas a gente já vive uma outra época. A minha geração chegou à maturidade com muitas possibilidades, incluindo viagens, acesso a programas culturais... Uma história a dois tem que entrar para acrescentar, e não para posar e sair bem na foto”.

Amor maduro

“Uma das coisas mais legais na novela é essa história de amor maduro. Acho linda a relação da Hélia com o Leal (personagem de Antonio Fagundes, de 61 anos). A tevê geralmente mostra a mulher mais velha com um rapaz mais novo. Não que eu tenha problema com isso, amei quando fiz a Neuta (em América, a personagem de Eliane se apaixonava por Dinho, um peão vivido por Murilo Rosa, alguns anos mais jovem que ela). Amor independe de idade, chega sem avisar e explicar por quê. Primeiro você se apaixona, depois você vai entender”.

"Sou libriana, até chata por equilíbrio"

Cabala + boicote ao glúten + pilates. Nunca essa combinação fez tanto sucesso! Eliane Giardini, no auge da plenitude de uma mulher, faz com que ninguém duvide disso

“Fui me tornar artista de TV aos 40 anos! Como atriz de teatro, não precisava dar conta de um corpão. Agora, com minha idade, estou na boa, graças a uma vida regrada”, conta, serena, Eliane Teresinha Giardini, essa sorocabana, do interior de São Paulo, que espelha bem a figura forte de tantas “Teresinhas” país afora. Seu equilíbrio, em pouco tempo de conversa, fica escancarado para quem está por perto. A resposta de bate-pronto chega assim: “Já fui muito ansiosa obviamente, mas não sou mais. A educação emocional, que veio com o estudo da cabala por quatro anos, foi fundamental. É um exercício para você se colocar fora de si, e observar, investigar. Trabalho diário, prazer imenso”. E se toda essa sabedoria integra o pacote da maturidade, que ela venha desse jeitinho, sem nos assustar...

Giardini em ebulição

A atriz Eliane Giardini é daquelas mulheres cuja guinada na vida aconteceu perto dos 40. Desde então, ela não parou de se destacar e conquistar seu lugar no mundo das artes.

Pouco antes de subir ao palco do Teatro das Artes(RJ) para mais uma sessão da aplaudida peça "A Memória da Água", a bela Eliane Giardini recebeu o Bolsa de Mulher em seu camarim. O papo girou em torno do início de sua sólida carreira, da vida em família, dos amores vividos e de um novo amor. No final uma revelação: "penso ainda em ter filhos"

Eliane irradia felicidade, basta olhar seus enormes olhos verdes e seu lindo sorriso. Seria o relacionamento que mantém com um intelectual de sua idade o motivo de tanta alegria? Certamente, a atriz adora estar apaixonada, principalmente quando o motivo de tanta paixão é uma pessoa madura, sensível e adorável.

A realização da atriz não está restrita ao plano pessoal. A vida profissional está em estado de ebulição. Além da peça e da leitura de alguns capítulos da nova novela das oito, "O Clone", Eliane está começando a trilhar o caminho de escritora. "Acabei fazendo um seriado, são 12 programas. Estão prontinhos. O difícil é sair e produzir", confessa.

E haja vitalidade! Aos 48 anos, Eliane é dona de um corpinho de menina, construído a base de muito suor e malhação. Diariamente uma personal trainer a visita para uma hora de ginástica localizada braba: "são seis quilos em cada perna e em cada braço", diz. Quando o assunto é dieta, ela revela seu segredinho: "Eu como de tudo. Tomo um ótimo café da manhã, um excelente almoço e não janto. É aquela coisa: café da manhã de rainha, almoço de princesa e jantar de mendiga. Bebo também muita água e como muita fruta e salada."

Bolsa de Mulher – Você é mãe da Juliana e da Mariana. Como é teu relacionamento com elas? Você uma é mãe liberal ou tipo mãezona?


EG – Eu sou um misto de tudo. Sou uma libriana, uma pessoa que sempre busca equilíbrio, o caminho do meio, eu nunca vou muito pra extremidades. A gente sempre consegue um jogo legal. Nós somos hiperamigas, graças a Deus. A gente tem um relacionamento que é absurdamente bom, principalmente porque elas são duas mulheres. Somos três mulheres em casa. Elas fazem faculdade, viajam prá lá e prá cá.

BM – Você incentiva a carreira artística de Juliana, tua filha mais velha?


EG – Ela já estreou em São Paulo a peça “Feliz ano velho” e se deu bem pra caramba na estréia, foi aplaudida em cena aberta. Fiquei tão feliz! Eu incentivo muito, mas eu sempre esperei que elas escolhessem as coisas que elas queriam fazer. As duas estudam na PUC, uma faz história e a outra faz geografia. Uma quer ser cantora e atriz e a outra faz cinema, quer ser documentarista.

BM – Como é a relação delas com o Paulo Betti?

EG – Ótima, o Paulo é um excelente pai.

BM – E a relação dele com você?

EG – É ótima, graças a Deus. Ele é um excelente ex-marido. Ele é meu amigo.

BM – Como é a tua rotina?

EG – Existem duas rotinas: a ideal e a de quando estou trabalhando muito. A ideal é acordar às 9 horas da manhã, tomar um bom café, ler os jornais e fazer ginástica em casa às 11 horas.

BM – Você tem personal trainer?

EG – Tenho uma professora maravilhosa. Ela vai em casa diariamente às 11 horas. Ao meio-dia termina e tomo um banho. Faço ginástica localizada braba. Faço peso, de tudo um pouco, ela não repete aula, isso que é gostoso porque não enjoa. São seis quilos em cada perna e em cada braço.

BM – Você faz dieta?

EG – Eu como de tudo. Como um ótimo café da manhã, um excelente almoço e não janto. Bebo também muita água e como muita fruta e salada. Olha, no almoço vale até lingüiça, feijão, arroz, o que tiver. É aquela coisa: café da manhã de rainha, almoço de princesa e jantar de mendiga. À noite é um iogurte, uma fruta. Tomo água se eu sentir fome. Pra mim esse esquema é a melhor coisa, durmo bem pra caramba e não engordo.

BM – O que é a beleza?

EG – Tem vários tipos de beleza: beleza física, beleza de caráter, beleza de inteligência... São tantas, né?

BM – Quais são teus hobbies?

EG – Adoro ir ao cinema ou ver vídeo em casa. Eu sou muito caseira. Eu tenho um forno de pizza lá em casa, as pessoas vão lá e a gente fica inventando o sabor.

BM – O que você está lendo?

EG – Eu tenho uma leitura tão eclética. Eu vou começar hoje o novo livro do Rubem Fonseca, "Secreções, excreções e desatinos" (Companhia das Letras, R$ 21,00) . Fora isso, estou lendo muita poesia, acabei de declamar poesia na livraria Letras e Expressões, em Ipanema. Eu queria ler umas poesias do Eugênio de Andrade, um poeta português, aí comprei uma antologia dele. Estou completamente apaixonada pelo livro, passei o dia inteiro lendo.

BM – Como anda o coração?

EG – Vai bem (risos). Estou namorando mas não quero falar sobre isso porque o negócio é muito novo.

BM – Você gosta de se sentir apaixonada?

EG – É uma maravilha. Seria tão bom se a gente conseguisse viver assim o tempo todo.

BM – O que você aprendeu com o relacionamento com o seu ex-namorado Ernani Júnior, dezoito anos mais novo que você? Um homem mais novo pode acrescentar algo em nossas vidas?

EG – Eu não sei, não penso muito por esse ponto de vista. São coisas que acontecem na vida. Foi um relacionamento ótimo, uma maravilha, acho que foi a coisa certa no momento certo, entendeu? Eu estava saindo de um casamento, a coisa estava meio pesada e uma relação com uma pessoa mais nova deu uma leveza. Embora essa leveza não seja necessariamente porque eu estava com uma pessoa mais jovem. É sempre bom você se apaixonar. Foi ótimo e durou bastante mas eu, no fundo, sabia que queria uma pessoa da minha idade. Eu sou mais de relacionamento entre pessoas da mesma faixa. O problema referencial é muito forte, sabe? É legal você poder falar de coisas que o outro já viveu, ter coisas comuns, isto é, todo mundo aos 15 anos gostou dos Beatles, aos 20 leu Garcia Marques...Isso faz parte da história da gente e é gostoso você encontrar uma pessoa que também viveu esse momento.

BM – Teu namorado é ator?


EG – Não. Ele é um intelectual, é uma pessoa sensibilíssima, uma pessoa adorável.

BM – Qual teu maior defeito?

EG – Acho que é a insegurança, gostaria de ser mais segura. Todo mundo acha que sou uma mulher fortíssima e seguríssima, mas eu não sou. Eu sofro muito com a insegurança. Acho que preciso muito de evidências para entender que as coisas estão acontecendo mesmo. Eu gostaria de ser mais segura, mais confiante.

BM – Você faz análise?

EG – Já fiz, mas não estou fazendo agora.

BM – Você se acha uma mulher sensual?


EG– Acho (risos).

BM – A menopausa é um peso ou uma carta de alforria na vida das mulheres?


EG – Ah, eu não sei. Estou numa vida absolutamente normal, penso ainda em ter filhos. Às vezes me dá essa vontade ainda, sabe? Parece aquela coisa que está acabando e eu gosto tanto de criança. Ainda tenho vontade mas não sei se isso vai acontecer ou não.

BM – Como é a tua religiosidade?

EG – Eu não sou católica, não tenho religião mas eu tenho uma busca grande, uma coisa de auto conhecimento, eu busco muito na psicanálise, na ciência. Hoje está havendo um casamento tão grande de ciência e religião. Eu me afino muito com as leituras de Leonardo Boff, com esse tipo de coisa. Eu acho que sou uma pessoa que acredita na evolução, acredita em se construir, acredita em se melhorar. Sou uma pessoa sempre muito atenta para me melhorar a cada dia. Não gosto de me deter, de ficar paralisada em problemas, quero buscar logo soluções e crescer. Procuro enxergar um aprendizado nas coisas.

BM – Você acredita na reencarnação?

EG – Não, não acho que seja dessa forma. Isso tudo é um grande mistério. Eu não me preocupo se existe ou não, estou me preocupando com essa vidinha aqui
Bolsa de Mulher– Estamos na bilheteria do Teatro das Artes no Shopping da Gávea (RJ). Qual é a sensação que você está sentindo perante a fila que está se formando para comprar ingressos para a peça "A memória da água"?

Eliane Giardini – É o máximo ver essa receptividade de jovens e de pessoas mais velhas, isto é, estamos pegando um público bem eclético. É muito legal porque é uma peça muito boa e que não é essencialmente uma comédia. Não esperávamos uma receptividade de público tão grande num teatro de shopping. A gente achava que o espetáculo num teatro de shopping estaria meio deslocado porque o público que vai a um shopping prefere assistir a uma história leve para dar bastante risada e ir embora. É claro que a nossa peça também tem grandes picos de comédia, mas é uma peça densa, que faz refletir. É um drama, uma comédia psicológica.

BM – Qual é o enredo?

EG - Três irmãs se reúnem no dia em que a mãe morreu, pra fazer o funeral da mãe. Esse é o momento delas se darem conta que estão na casa da infância, esbarrarem a todo momento com fragmentos de memória, que comicamente não é a própria memória, uma meio que tomou a memória da outra e as memórias se misturaram. Enfim, a peça vai mais procurando recompor não só a memória da mãe, mas a identidade dessas três irmãs através dessa memória. O momento da perda da mãe é a perda da matriz mesmo, da primeira referência, do primeiro universo. É um momento muito especial quando as pessoas estão num estado especial de sensibilidade. Todas estão sensíveis ao passado, ao presente e tentando elaborar um futuro. Eu faço a filha mais velha e a Andréa Beltrão e Ana Beatriz Nogueira fazem as minhas irmãs. O Marcelo Vale faz o papel de meu marido e o Isio Ghelman ó namorado do personagem vivido pela Andréa Beltrão. A mãe aparece sempre aos 40 anos e é a Clarice Niskier que faz. Ela aparece como uma lembrança da irmã do meio.

BM – Até quando vai a temporada?


EG – A idéia era ficar quatro meses no Rio de Janeiro, ficar dois em São Paulo e depois fazer turnê. Mas agora, devido ao sucesso, estou achado que a peça vai ficar mais tempo no Rio de Janeiro.

BM - Você tem algum plano para a TV?

EG – Vou fazer a próxima novela das oito, "O Clone".

BM – Você poderia adiantar alguma coisa do personagem?


EG – Olha, o roteiro de alguns capítulos está no meu carro. A personagem chama Nazira e pertence ao núcleo árabe. Já conversei com o diretor e com a Glória Perez, que veio assistir a peça e a gente falou sobre o personagem.

BM – Qual foi a primeira novela que você fez ?

EG – Fiz, em 1982, o "Ninho da Serpente", em São Paulo. Era uma trama de altíssimo nível escrita por Jorge Andrade, um dos maiores escritores. Era um elenco da pesada: Cleyde Yaconis, Juca de Oliveira, Beatriz Segall.... A Beatriz fazia o papel de minha mãe.

BM – Você acha que tua atuação em "Renascer" foi um marco?


EG – Fiz o papel da Dona Patroa, que me deixou mais conhecida e me deu uma dimensão muito legal, que me situou como uma atriz. A mídia que você obtém pela televisão é uma coisa monumental e foi essa novela que me deu uma amplidão, uma visibilidade. Eu só tinha feito praticamente teatro até então. Faço teatro desde os 17 anos de idade.

BM – Onde você estudou teatro?


EG – Sou formada pela Escola de Arte Dramática de São Paulo, na USP. A minha carreira começou em 1975.

BM – É verdade que você escreve?

EG – Sim, escrever é mais um exercício até porque a gente passa a vida lendo roteiros e a gente sai corrigindo tanta coisa... Estou em contato com isso há 20 anos, aí me deu vontade. Eu sou fanática por seriados, adoro sitcoms. Sou viciada em "Friends", "That 70's Show", "Seinfeld"...Amo todos os da Sony. Aí me deu vontade de escrever uma coisa sim e acabei fazendo um seriado, são 12 programas. Estão prontinhos. O difícil é sair e produzir, entendeu? Tem que fazer um piloto, eu não tenho tempo para isso porque estou sendo muito requisitada como atriz. Uma hora que der uma brecha, que eu possa dar uma de produtora, farei o piloto pra mostrar o programa. Mas você já deve saber que tudo isso tudo vai exigir tempo e dinheiro. Já mostrei os episódios pra algumas pessoas e elas gostaram muito. O Felipe Hirsch, o diretor dessa peça, está comigo no projeto. A gente tem vontade de fazer um pilotão, uma espécie de trailer desse programa na hora que acabar a temporada da "Memória da água". O Felipe gosta de mexer muito com programação visual e tal.

BM –Como é a tua carreira de atriz de cinema?


EG – É muito curta, eu faço pouquíssimo cinema. O cinema exige que você se desloque e eu nunca consigo porque desde que eu vim pro Rio e eu tenho um contrato com a Globo, minha vida fica em função dessa prioridade. Eu consigo fazer um jogo super legal com o teatro e dá até para excursionar quando não estou fazendo novela, mas passar tipo três meses na Amazônia em função de um filme é muito difícil. Fiz um filme no ano passado na sorte. Eu ia estrear essa peça em setembro mas foi adiada e eu fiquei com um buraco na agenda. Aí me chamaram pra fazer um filme, eu fui pra Goiás e fiz uma história linda da Suzana Amaral que se chama "Uma vida em segredo". A Suzana já recebeu vários prêmios com o filme a "Hora da Estrela", inclusive em Berlim. Consegui participar do novo filme da Suzana porque eu só comecei a gravar a minissérie "Os Maias" em outubro do ano passado.

BM – Você ganhou um prêmio em Gramado?

EG – Ganhei o Kikito com um filme que eu fiz em Vitória e que chama "O amor está no ar". O Marcos Palmeira trabalhava também.